quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A DIFÍCIL ARTE DE SOBREVIVER


(Imagem tirada da Internet e trabalhada em photoshop)

A difícil arte de sobreviver

Hoje fui cedo fazer coleta de sangue para exame de açúcar. Estacionei o carro e segui a pé para o laboratório.
Logo na entrada deparei com um baner de 2m por 0,70 m com o nome do laboratório e os convênios que atende.
Entra-se no estacionamento para uns 10 carros com o chão em cimento pintado de cinza escuro e com as faixas demarcando as vagas num ângulo de 45º.
Logo do lado esquerdo da entrada, junto a grade temos a área de coleta de lixo seletivo, 3 caixas de 20 litros com ao devidas etiquetas: papel, plástico e vidros. Esqueceram de por um cartaz falando que o material deles, por ser contaminado tem uma coletas diferençada, mas tudo bem, isso é dedução minha.
Depois de uns 50 passos chegamos a entrada principal do prédio, não vi outra para caso de incêndio ou outros problemas, também não vi nada que esclarecesse tal ponto.
Logo na entrada, uma senhora de seus 30 e poucos anos, com o uniforme da firma, uma tremenda cara de sono e aquela recepção ensaiada, que repete doida para acabar:
_ Bom dia! Seja bem-vindo ao laboratório. O senhor sabe como funciona o nosso sistema de senha?
- E antes que você responda, ela já começa a explicação:
- Temos duas senhas diferentes .
O primeiro botão o senhor tira a senha para maiores de 65 anos, que são preferenciais, assim como mães com criança de colo, deficientes físicos ....
O outro botão (inferior) fornece senhas normais.
Por favor, retire a senha e aguarde na nossa sala de espera.
Enfim, você pode passar para a próxima etapa, a sala de espera.
A sala de espera com paredes brancas e cadeiras azuis escuras, para passar bastante frieza. Todo mundo sentado de frente para um balcão com 8 atendentes, ou melhor 8 “baias” e 6 atendentes. ( deduzi que as 2 que sobram são das atendentes que não foram, que devem atender aos clientes que deixaram de ir, ou reserva técnica).
Para não ficar a espera sem fazer nada, olhamos em volta e vemos na parede à frente uma TV de plasma de 48” pendurada na parede (sem suportes, a mais nova tecnologia, o verdadeiro quadro dinâmico. (Note que altura que foi colocada a televisão, foi amplamente pesquisada e é a mais adequada para causar aquele torcicolo). Está passando o programa da Ana Maria Braga, “MAIS VOCÊ” mostrando o modo de vida dos pobres que vivem nas ruas e sob os viadutos do Rio de Janeiro, mostrando um desdentado feliz tomando água num garrafão de 5 litros enquanto faz um macarrão numa panela de alumínio toda amassada, aquele macarrão pálido, quase esquálido, como o entrevistado que todo feliz, com aquele sorriso cheio de dentes ausentes declara:
- Sou uma pessoa muito Feliz! Graças a Deus!
Logo abaixo da TV de plasma de 48 polegadas temos a mais nova novidade do mercado da propaganda: “Um baner de lona plástica que desliza na vertical informando sobre o laboratório:
Laboratório XXXXXXXXXX totalmente informatizado (mentira o atendimento podia ser feito por robôs, ou será que são andróides e eu não percebi. Preciso prestar atenção quando voltar.
Mas, voltando ao baner rotativo vemos:
Horário de atendimento :
De segunda a sexta das 07:00 às 17:00 h
Sábados: das 07:00 às 12:00 h

Solicitamos que os clientes portem sua identidade e a carteira do convênio a ser usado.

Temos atendimento diferenciado para idosos, a partir de 65 anos, portadores de deficiência, gestantes . E atendimento normal.

Pedimos que aguardem a chamada para preenchimento das fichas para exame que serão chamados pela atendente pelo número de identificação da senha emitida pela máquina existente na porta de entrada e pela recepcionista que passou as informações, a chamada será feita por meio de um painel luminoso existente acima do balcão de atendimento . O painel é eletrônico na cor preta e as letras são vermelhas e piscam para chamar sua atenção, além de serem acompanhadas por um som de “dim -dom” para acorda-lo se for necessário, ou encher o seu saco se o senhor estiver acordado.

Note que existem duas seqüências de números sendo chamados, pois você deve se lembrar que existem também dois tipos de senha.

Olha lá, chegou a sua vez... o seu número apareceu no painel, as letras estão piscando, a campainha já fez “dim-dom” e o seu balcão de atendimento é o “2”, você levanta caminha até o balcão e é atendido por aquela atendente com cara de sono que lhe dá as boas vindas e começa a preencher sua ficha.

Pega sua carteirinha de convênio, sua identidade e começa a lhe perguntar tudo, como se ela não tivesse informação nenhuma, depois disso atualiza o seu cadastro, confirmando uma por uma das informações que lhe havia perguntado um pouquinho antes. Pronto...
Você passou para etapa seguinte.
Aguardar a coleta do material.
Para coleta do material você deve aguardar na mesma sala de espera que você estava só que deve prestar atenção pois tem uma porta com uma placa de “ENTRADA” e de onde uma técnica da área de saúde irá declinar seu nome para que você seja atendido.
Quando ouvir seu nome, dirija-se aquela porta, onde a atendente irá lhe dar as boas vindas e indicará uma faixa azul, amarela que indicará o corredor onde você deve se dirigir e falará o número da cabine que você irá ser atendido.

Viu como é simples. Chegamos a cabine de coleta de sangue. A técnica indicar a cadeira e pede que você se assente e coloque o braço no suporte adequado.
Então começa a preencher a ficha, com os medicamentos que você toma e para que é a coleta, se rotina ou algo especial. Não sei o que esse último dado vai influenciar no exame, mas tudo bem.

Após coletar o sangue, mostra-lhe os tubos de ensaio com o seu sangue e mostra a etiqueta que está colando neles, com um código de barras que identificam você o seu sangue etc...

Após você assinar a guia, ela lhe entrega um cartãozinho, que também tem um código de barras que o identifica de acordo com os dados dos tubos de ensaio que foram usados para a coleta do seu sangue de acordo com a sua senha de chamada e o seu pedido encaminhado pelo médico que gerou a ficha na recepção que foi encaminhada para atendente que te tirou o sangue e colocou no tubo de ensaios que foi identificado com uma etiqueta com código de barras que agora será enviado para o técnico que fará os exames e e colocará no computador os dados para que seja emitido um relatório com os resultados dos exames solicitados que estarão a sua disposição para retirada, pela internet, serão enviados ao médico ou serão retirados por você no balcão de atendimento no laboratório, no dia e hora marcados no cartão que você recebeu quando acabou de coletar o sangue para exames.
Caso você não possa retirar os resultados, se foi essa a sua escolha, o resultado pode ser entregue a alguém indicado por você, desde que o mesmo se identifique e assine a retirada junto a nossa atendente.

Mas não desanime porque daqui a alguns dias, quando você menos esperar, o seu telefone irá tocar e uma pessoa irá fazer uma pesquisa sobre o que você achou do atendimento.
Abraços
josé jaime

terça-feira, 28 de outubro de 2008

VIDAR



Vidar

21 anos... 20 anos... 10 anos... 90 anos...
Vida comum... convivência exclusiva... sonhos... desejos... poder?
SER HUMANO...
O quê? ... Quem?... Quando?... Por quê?...
Certo?... Errado?... Para quê?... Útil?... Inútil?... Bom?... Mal?...Rico?... Pobre?...Inteligente?... Burro?...Interessado?... Delicado?... Mesquinho?... Feio?... Bonito?... Rápido?... Lerdo?... Esperto?... Cortez?... Social?... Equilibrado?... Sincero?... Desligado?... Educado?..
.
Enfim, ser humano ... HOMEM

Pelo dicionário:
- Homem – Substantivo masculino. Qualquer indivíduo da espécie animal que apresente maior grau de complexidade na escala evolutiva: o ser humano.
Vida - Conjunto de propriedades e qualidades graças aos quais os animais e plantas se mantém em contínua atividade, existência.

Assim sendo, a grande filosofia segundo minha mulher, D. Nilda:

“VIDAR – É levar a vida vivendo intensamente, tirando o maior proveito de cada segundo, pois a vida é um mistério do início ao fim.”

José Jaime
Junho/1978

fAZENDO UMA FAXINA NO MEU COMPUTADOR ACHEI ESTE TEXTO E ACHEI INTERESSANTE RELEMBRAR.

Abraços
josé jaime

sábado, 25 de outubro de 2008

CAMINHANDO NA VIDA


Obedecendo aos meus instintos, hoje caminho serenamente onde antes corria pra frente e pra traz numa brincadeira de criança.
Os passeios eram sempre alegres, sem preocupações por obstáculos a vencer.
Agora com a serenidade sábia da vida, adornada pelos cabelos brancos, o caminho é o mesmo; a caminhada é OUTRA.
Sem correria, nem pra frente nem pra traz, pausada pela cadencia permitida nas passadas dos sessentas. Sem pressa, porque só o presente é certo.
Procuro sobreviver as espetadas da vida, pular as dificuldades e amenizar aqueles gestos de pessoas amargas que nos surpreendem traindo minha suposta sabedoria sexagenária.
Nada que uma boa caminhada nos faça lembrar que os mais simples gestos são os mais valorosos.
Assim a diferença daquela caminhada com a de agora..
Saber como caminhar ao seu tempo, por que agora faço serenamente isso escolhendo a passada certa confiando na minha força, acreditando que posso através da luz que brilha dentro de cada um de nós.
Dizem que recordar é viver... mas recordar só coisa boa é dar ao presente sabedoria para carregar fardos pesados quando já não somos tão fortes..

A foto é do meu marido que num brinde da vida, vem desde as primeiras caminhadas bemmmmmmmm juntinho de mim.
Todos os dias ele tem as minhas beijocas com muito amor.
Nilda.

Esta postagem foi copiada do Blog "MEU CANTIN" http://meucantin5.blogspot.com/2008/10/caminhando-na-vida.html
COMO SEMPRE, ESSA PESSOA MARAVILHOSA, ESSA ALMA ILUMINADA, ME SURPREENDE SEMPRE POIS NÃO MEREÇO OS ELOGIOS QUE SEMPRE ME SÃO DIRECIONADOS, POIS NADA MAIS FAÇO DO QUE RETRIBUIR UM PEQUENO GRÃO DE AREIA DA IMENSA PRAIA QUE ME É PROPORCIONADA NA VIDA A DOIS. OU JÁ CORRIGINDO A 16 (ISSO MESMO, DEZESSEIS) POIS NOSSA FAMILIA HOJE É COMPOSTA DO CASAL, CINCO FILHOS, DUAS NORAS, 1 GENRO E 4 NETOS.



E PARA PROVAR QUE NÃO É COISA DE MARIDO CORUJA TRANSCREVO AQUI ALGUNS COMENTÁRIOS ALUSIVOS A POSTAGEM ACIMA.
O QUE DIZEM ALGUMAS PESSOAS:

solange disse...
Nilda, tomara que um dia eu tenha só um pouquinho de sua sabedoria, de seu desprendimento, de sua vontade de viver, de sua risada gostosa, da pessoa fantástica que vc é. Vc é o máximo!!A foto é de sua singeleza sem igual,o fotógrafo é o máximo e o texto me fez chorar ... muuuito obrigada por fazer parte de nosso universo, sua família é abençoada por te ter. Eu te amooooo!!!!
Bjs.
24 de Outubro de 2008 19:03
Anônimo disse...
Mana Nilda, saudades de você!
Seu texto merece minha gratidão por você colocar em palavras coisas do meu coração.
Gostei da notícia do hospital tb.
Beijos,Bel
23 de Outubro de 2008 10:51
zaira paro disse...
O melhor da caminhada da vida é quando a gente encontra amigos no momento certo, com a palavra certa, pra pessoa certa...sem nem mesmo saber que eles estavam lá, à nossa espera, o tempo todo!!!!
Viver por viver é o que muitos fazem, mas viver bem e intensamente são poucos os que se arriscam!!!
Paz de espírito é uma benção conquistada, Nilda amor da minha vida...e você é o maior exemplo disso!!!
Saudade profunda e carinho infinito

Zaira
22 de Outubro de 2008 20:00
Sandra Jay disse...
mamy Nil

Sem comentários de tão lindo.........
Amei!!!
Grata por vc existir.

bjcas a todos q os amo.

fiota orientela
20 de Outubro de 2008 12:19
Norimar Simonetti-SBC disse...
Nilda, sempre passeio prazeirosamente por este blog, mas nunca comentei, sempre esperando o dia de encontrar com vc e dizer pessoalmente que eu adoro estar aqui.Mas depois deste texto não tinha como não comentar, me vi neste passeio, sábias palavras. Palavras de quem viveu intensamente e que sabe viver intensamente, Bjs
Norimar
20 de Outubro de 2008 10:40

Vilma Melo disse...
Olá Nilda!
Lindas palavras e mais lindo ainda a referência ao seu marido, adorei! o meu tbm sempre me acompanha nas minhas caminhadas e sempre ganha muiiiitos bjiiimmm.
Obrigada pela visita e volte sempre que será um prazer!
Bjokas e ótimo começo de semana com seu amor!
:)Vilma Melo
20 de Outubro de 2008 01:54
Nilda Biagio disse...
Olá Nildinha
Lindo texto...me vi nessa caminhada...
Bj
Nilda
19 de Outubro de 2008 19:36
India disse...
Nildoca, queridoca, suas mãozinhas abençoadas produzem trabalhos maravilhosos!
Ah, queria ter uma tia-avó assim, rsrsrsrs
Bjos
India
19 de Outubro de 2008 23:08

Kety disse...
Nossa Nilda que produção linda, tudo muito caprichado, só de olhar se tem ideia do carinho com que foram feitos.
Beijinhos pra vc.
19 de Outubro de 2008 13:03

Eunice Martins disse...
~ Para você amiga de Internet ~

Nós temos sentado dia pós dia,
compartilhando nossas vidas, nossos sonhos, nossos medos, nossos erros.
Continua me assustando como você
que um dia foi uma estranha, tenha se transformado em uma das mais
queridas e estimada amiga.
Você é tão importante para mim como qualquer de minhas amigas pessoais,
minha família ou vizinhos.
Você me faz sorrir,
quando compartilha suas brincadeiras.
Me faz rir quando conta suas histórias.
Me faz sentir sozinha quando se vai.
Você esta em meus pensamentos cada dia.
Para você...minha melhor amiga da web!
Te Adoro!!!
Fique aqui onde eu possa te ver, te falar, compartilhar com você, suas brincadeiras, seu sorriso, seus sentimentos...
Obrigado por ser minha
amiga de Internet!!
~*~
Desejo que sua semana seja de muita luz, beijos.
12 de Outubro de 2008 10:21

Nilda Biagio disse...
Olá Nildinha
Tem que se orgulhar mesmo....esse hospital é uma maravilha!!
Bj
Nilda
12 de Outubro de 2008 11:54

Luciana Murta disse...
Oi Nilda.

Obrigada pela visita, adorei seu blog também!

Beijos,

Luciana.
12 de Outubro de 2008 18:38

Anônimo disse...
Nilda querida
Um dia ouvi de uma das meninas, acho que foi da SanJayZen, que se vc consegue ver meu brilho é pq estou refletindo o seu.
Vc é muito querida, espontânea e sem papas na língua (adddooorrroo).
Obrigada pelas joaninhas, mas aquela foto junto das comidinhas é tudo "di bão" mesmo.
Ganhei minha semana.
Bjs carinhosos.
Gisele
12 de Outubro de 2008 19:34

trichegege disse...
Buaaaaaaaaaaaaaaaá eu ia mandar este cartão pra gisele achei na net e falei pra minha filha vou mandar pra Gi salvei só que como o meu pc ta lentiun eu não consegui mandar ainda, agora passei aqui e vi que vc ja mandou. Brincadeiras á parte não posso ver uma joaninha sem pensar na Gi. Vou ver se acho outro quem sabe tem por aí. Abração fiquei triste de saber que vc não vai dia l8,pena.
16 de Outubro de 2008 17:57

Simonetta disse...
Oi, Nilda,
que surpresa gostosa te encontrar no meu blog, desculpe a demora em te responder, é que estou ligadona no meu novo endereço o
afinidades-eletivas, você aqueceu meu coração, por suas palavras carinhosas percebo que você é
A querida!gente, o seu cantin é uma delícia, sinto daqui o perfume gostoso da sua vida!bisous
16 de Outubro de 2008 18:33
Anônimo disse...
Nilda,

Muito obrigada por essa divulgação. Vc nem imagina o quanto devo à medicina antroposófica.
O Dr Antônio Marques é um dos médicos mais competentes que conheço.

Stella Machado
13 de Outubro de 2008 01:16


miriam nakutis disse...
Nilda querida,
Agradeço pela sua visita. Nunca tinha ouvido falar sobre a medicina antroposófica. Fiquei curiosa e muito, mais muito interessada mesmo. Prometo voltar para saber detalhes. Já te linkei para poder voltar.
Obrigada amiga
Miriam Nakutis
15 de Outubro de 2008 14:00

SÓ ME RESTA AGRADECER A DEUS PELA SUA EXISTÊNCIA E PELA FELICIDADE DE TÊ-LA DIUTURNAMENTE AO MEU LADO.
MEU MUITOOOOOOOOOOOOO OBRIGADO E UM GARNDE BEIJO.
josé jaime




domingo, 19 de outubro de 2008

GAIOLAS ARTESANAIS

O artesanato entrou na minha vida muito cedo por intermédio da minha família e também por uma professora do primário, “D Maria Loque”, que nos incentivava e dava aulas maravilhosas de Trabalhos Manuais, que era como se chamava a disciplina na época, no hoje, quase Centenário Grupo Escolar Cônego Joaquim Monteiro, na aconchegante e acolhedora cidade de Matias Barbosa, em Minas Gerais.
Como minha formação é: Eletrotécnia, Ciências Contábeis e Administração de Empresas, o artesanato sempre foi a minha segunda válvula de escape, pois a primeira é a fotografia; nesses dois é que equilibro meu lado emocional e minha vida.
Gosto de qualquer tipo de artesanato, mas me dedico aos que exigem mais atenção e dificuldade. Gaiolas, Marchetaria, Gravação mecânica em vidro, Mosaico e pintura com areia.
Quanto as gaiolas, a atração começou assim:
Um dia passeando em Juiz de Fora, MG, entrei com minha sobrinha, num depósito de materiais de construção e deparei com uma gaiola muito bonita.
O dono da loja veio e Falou:
- Gostou da gaiola não é?
- Pois não vendo, não dou e não empresto.
- A maioria das pessoas que vem nesta loja adora esta gaiola.
Mas não está a venda e, você não se acha gaiola assim em lugar nenhum...
Perguntei se podia fotografá-la, e ele permitiu.

Um dia vendo a foto senti vontade de fazer uma gaiola e parti para o desafio.
Peguei umas madeiras que tinha em casa e pus mãos à obra.
Depois de apanhar feito um louco, consegui fazer a primeira gaiola.
A madeira usada foi ipê. Dura, difícil de trabalhar, se pregar racha e por aí a fora.
Foi um excelente quebra-cabeças, pois como não aceitava pregos resolvi faze-la com cavilhas finas de bambu, encaixadas por pressão.
As primeiras varetas de bambu foram feitas no canivete e lixadas, levei uns 3 meses fazendo a gaiola, mas o resultado valeu a pena.

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Primeira Gaiola
Pendurei a gaiola nos fundos da minha casa e todos que chegavam gostavam e queriam saber onde comprei. Contava a história e todos gostavam e admiravam.
Gostei da idéia e comecei a me interessar por gaiolas, pesquisei e achei muito pouco a respeito.
Senti vontade de fazer gaiolas de formas diferentes e assim comecei.
Primeira coisa foi mudar a madeira de ipê, para uma mais macia e fácil de trabalhar, optei então por pinho e cedro que tinha alguns pedaços em casa.
Para fazer as varetas bolei uma ferramenta, tirando a esfera de uma graxeta (usada para lubrificação de caminhões) e achatando o bico. Isso proporciona uma lamina redonda e cortante que molda o bambú fazendo ficar redondo e igual.
Como o encaixe com cavilhas de bambu funcionou bem, virou padrão.
Daí para frente foi só dar asas a imaginação e fiz aproximadamente umas 30 gaiolas, todas diferentes.








Como nunca vendi nenhuma, tornou-se objeto de desejo e assim passou a ser presente de aniversário, primeiro dos filhos (5) de pois de alguns amigos.
O mais interessante é que cada gaiola tem um destino e uma história.
A que acho mais interessante e da minha filha mais velha (adotiva) que é de origem cigana e colocou a gaiola para ornamentar um hall da casa e dentro da gaiola colocou um barco (de brinquedo).




Gaiola no hall da casa da minha filha
Detalhe do barco dentro da gaiola

Minha filha Lara já optou por colocá-las na frente da casa mas adaptadas como lustres.




E assim cada gaiola vai tendo o seu dono que feliz usa da forma que mais lhe agrada.






Abraços
José Jaime

sábado, 11 de outubro de 2008

A ESPERA

A Espera...

É uma virtude, um estado de espírito, um devaneio, principalmente quando nada se sabe a respeito da duração e o que está acontecendo.
Hoje estou a espera do fim de uma entrevista que começaria às 07:30 hs mas que não se sabe a duração.
São 09:00 hs e nem sinal. Estou estacionado numa sombra, curtindo como fundo musical os acordes de um choro em cavaquinho. Lá fora, o sol brilha intensamente e posso ver a quantidade de pessoas solitárias, casais, grupo de jovens trabalhadores e transeuntes, cada qual preocupado com o seu viver e com o seu novo dia.
Como já li os jornal e não tenho nada para fazer no momento passo a observar mais atentamente as pessoas e tentar analisar cada uma.
Para um caminhão baú F 4000 na pista ao lado de onde estou estacionado e descem duas pessoas um senhor aparentando uns 50 anos e um jovem de uns 25, descem um carrinho de mão, o senhor volta ao caminhão e segue o seu caminho e o jovem de posse do carrinho coloca um par de luvas de borracha amarela e sai com o carrinho catando cocos que foram usados na noite anterior por freqüentadores do local. Provavelmente seja o dono de uma barraca de cocos que funciona nas proximidades.
Passa pela caminhonete, cumprimente e segue feliz com o seu trabalho catando o que sobrou dos cocos consumidos ontem e que lhe proporcionaram o salário do dia de hoje e a manutenção da vida.
No passeio do outro lado das pistas, beirando um campo de aviação passam os caminhantes, observando-os vemos a forma diferençada e individual de cada ser humano, uns passam esbaforidos suando e gesticulando de forma arrogante esbaforida e agitada, outros na mais completa calma, mas com firmeza, uns com semblante sereno, calmo, mantendo passadas compassadas e firme, em busca de uma meta estabelecida, outros caminhando a esmo apenas para cumprir uma ordem médica ou acompanhar alguém ou simplesmente por obrigação.
Uns conversam, outros ouvem música, mas alguns passam carrancudos compenetrados e conscientes daquela obrigação que lhes toma todas as energias e perspectivas. Não vêem nada a sua volta estão completamente ligados e direcionados naquilo que estão fazendo. Será que isto realmente traz benefícios ou piora a saúde?
Assim o tempo passa e quando dou conta minha filha já voltou e estou de saída para leva-la ao serviço.
Quem sabe, de uma outra espera saia um outro artigo como esse ou melhor e de espera em espera eu acabe como cronista ou escritor.
Afinal, o que interessa na vida e a forma como enfrentamos as situações
Até mais....

José Jaime

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

COISAS DE MINAS




Recordando... José Jaime Rocha Siqueira - Novembro/1993

Ocorreu-me agora o tempo de escola... “Xangaieiro”.
Não plagiando o Ministro Magri, mas se tivesse no Aurélio seria assim:
Xangaieiro – Aquele que depende do Xangai como meio de transporte. ( Nota do Autor: Xangai – trem de passageiros que faz o percurso de aproximadamente 50 km entre Matias Barbosa e Benfica, cidades da Zona da mata mineira. Por volta de 1960, era considerado o trem mais barato do mundo, R$1,00 (Hum Cruzeiro) o bilhete de primeira classe e R$0,50 (Cinqüenta Centavos) os de segunda, sendo, por isso, usado principalmente para o transporte de estudantes e trabalhadores.

A primeira, composta de vagões com bancos estofados de mola e couro, nas cores azul marinho ou cinza, cadeiras giratórias e reclináveis, janelas amplas e envidraçadas que, para abrir ou fechar, corriam suavemente, presas nas laterais em cabos de aço dentro de canaletas. Para proteger dos raios solares existiam cortinas de lona que baixavam ou subiam pelo mesmo processo. Os carros possuíam lindos lustres e ventiladores de teto, alem de “toillete” e sanitário.

Já a Segunda classe tinha os bancos e as janelas feitos de ripas paralelas de madeira de lei envernizadas.
A composição era formada por uma máquina “Maria Fumaça”, dois carros de primeira classe e dois de segunda classe.
Os horários de partida de Matias Barbosa eram: 05:18h, 10:20h, 18:00h. os quais eram cumpridos rigorosamente, quanto aos de chegada, variavam de acordo com o fluxo das composições de minério que transitavam pela mesma linha e representavam uma receita muito maior para a ferrovia.

As estações, com sua personalidade e o seu romantismo recebiam a composição sempre com a presença do chefe da mesma e a devida autorização para prosseguimento da viagem, que era entregue ao maquinista através de uma argola fixada na ponta de uma vara levantada até a altura da janela da máquina, onde o maquinista, com o trem em movimento, retirava o documento. O trem parava na estação e o chefe do trem descia para assistir o desembarque e o embarque dos passageiros. Após o embarque o chefe apitava e acenava uma pequena bandeira verde e amarela autorizando o prosseguimento da viagem. Após um apito o trem partia acelerando o ritmo, aumentando assim o barulho, o balanço e a emissão de fumaça e fagulhas, produto da queima do carvão que fervia a água formando o vapor e produzindo o movimento. As estações e paradas eram: Matias Barbosa, Cedofeita, Paradinha, Retiro, Juiz de Fora, Mariano Procópio e Benfica.

No percurso existiam três túneis, sendo dois pequenos e um bem maior. Um em Cedofeita, outro na Usina3 e o maior na chegada de Juiz de Fora. Normalmente o trem passava pelos túneis com a máquina em ponto morto, mas como o túnel da chegada de Juiz de Fora era maior e numa ligeira subida, muitas vezes o trem perdia muito a velocidade e o maquinista, por necessidade ou covardia funcionava a máquina soltando uma tremenda fumaça preta com resíduos de carvão, sujando os passageiros principalmente do último vagão, estragando assim o dia de muitos.

E assim, o tempo passava...
Com os companheiros dividíamos merendas, alegrias, tristezas, segredos, sucessos e derrotas, enfim, o dia a dia da vida. Todos se respeitavam independente de cor, sexo, idade, religião ou poder aquisitivo. Éramos uma grande família que seguia seu curso, enquanto o mundo girava e se transformava.

Começou a corrida do progresso. Em 1958 o planeta Marte já havia se aproximado ao máximo da terra e até discos voadores já eram vistos pelos mais afoitos, ou afortunados, como o Padre Wilson Vale da Costa, capelão militar e radialista, moderno demais para sua época, que usava um programa diário de rádio às 18:30 h para contar histórias de marcianos e de um disco voador que fazia viagens partindo do terreiro de sua casa, em São Matheus, um bairro de classe média de Juiz de Fora.

Brasília já era a nova capital de república, e, surgiu também a primeira linha regular de ônibus entre Matias Barbosa e Juiz de Fora. No princípio muito cara em relação ao trem, mas aos poucos foi caindo no costume dos mais afortunados, com uma série de justificativas, como: maior conforto, menos tempo de viagem, maior limpeza, etc... Com isso o romantismo e a “Família Xangai” chegaram ao fim de seus dias.

A “Maria Fumaça” foi substituída por uma locomotiva a diesel, os vagões de madeira por vagões de aço carbono, dos subúrbios do Rio, os horários ampliados. Na linha de ônibus, a jardineira Ford com escadinha na traseira, dando acesso ao bagageiro, também, foi substituída por um ônibus mais moderno, e, por incrível que pareça, até o nome “Viação Popular” mudou para “Viação Progresso”.

Interessante... tudo isso se instaurou quase sem a percepção do povo. A cidade cresceu, mas regrediu em cultura, calor humano, afeto, tempo...

Será que hoje alguém ainda se lembra?

“O Paraibuna rolando
Por entre pedras lodosas
Um canto vai entoando
Viva Matias Barbosa.

E a Capela do Rosário,
Lá do alto sobranceira
Lança de portas abertas
Graças pra Matias inteira.”

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

PIRULITO DE MEL




Pirulito de mel


Este pirulito de mel é uma tradição de família sempre foi ensinado, há várias gerações, para o neto mais velho. O interessante é que mesmo se ensinando para os mais novos, eles não conseguem chegar ao ponto exato e o pirulito nunca atinge o gosto certo. Parece mágica, mas é uma verdade constatada por algumas gerações. Verdade ou coincidência, uma coisa é certa o sabor não é o mesmo. Tenho privilégio de ser o neto mais velho e fazer essa iguaria. Das últimas vezes que consegui fazer tive a curiosidade de tirar algumas fotos das pessoas que consomem e começar a prestar atenção e anotar algumas histórias ou como nós mineiros gostamos “causos” que surgem. Vejam pelas fotos anexas a áurea de envolvimento com o referido pirulito e sintam se não passa uma coisa agradável, independente da idade.

Abraços
José Jaime

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

PROLEGÔMENOS


Tudo na vida tem seu tempo e sua razão de ser. Há pouco mais de um ano criei um blog para minha esposa e através de postagens, quase que diárias fizemos muitas amizades na NET. Mas, alguns meses atrás um incidente nos fez precipitadamente tomar atitudes que não são do nosso estilo. Como fiquei muito constrangido com o fato acontecido retirei todos os blogs que mantinha na NET sob a minha direção. Agora após refletir melhor sobre os fatos conclui que fui precipitado e não deveria ter agido de cabeça quente. Pois se um ser humano que destoa da maioria dos demais tem uma atitude indevida e mesmo inexplicável, não é possível que uma atitude dessa venha a interferir na nossa vida a ponto de ficarmos tão descrente com o mundo e com outras pessoas que não tem nada com o fato, nem com o comportamento paranóico de um ser de mal consigo mesmo e com o mundo. Não é justo que deixemos nos abalar por um fato que foi visto de forma completamente distorcida alguém que destoa de uma maioria. Assim, estou voltando, mais amadurecido e com novas ideias mais direcionadas e colocando-as em apenas um lugar, divulgando e registrando meu jeito de ser e de pensar e, compartilhando com aqueles que queiram conviver em harmonia.
Aqui espero dividir um pouco das coisas que curto na vida e o meu jeito de viver e pensar.
Espero que a visita curta este espaço, e que o mesmo passe idéias agradáveis, que mostre como é a vida de uma família simples e humilde que curte cada momento de vida com respeito, seriedade e carinho.
Conto com comentários, criticas e sugestões que me ajudem a direcionar este espaço para que seja útil e agradável e não apenas mais um blog para ocupar espaço na NET.
Abraços
José Jaime