sábado, 11 de outubro de 2008

A ESPERA

A Espera...

É uma virtude, um estado de espírito, um devaneio, principalmente quando nada se sabe a respeito da duração e o que está acontecendo.
Hoje estou a espera do fim de uma entrevista que começaria às 07:30 hs mas que não se sabe a duração.
São 09:00 hs e nem sinal. Estou estacionado numa sombra, curtindo como fundo musical os acordes de um choro em cavaquinho. Lá fora, o sol brilha intensamente e posso ver a quantidade de pessoas solitárias, casais, grupo de jovens trabalhadores e transeuntes, cada qual preocupado com o seu viver e com o seu novo dia.
Como já li os jornal e não tenho nada para fazer no momento passo a observar mais atentamente as pessoas e tentar analisar cada uma.
Para um caminhão baú F 4000 na pista ao lado de onde estou estacionado e descem duas pessoas um senhor aparentando uns 50 anos e um jovem de uns 25, descem um carrinho de mão, o senhor volta ao caminhão e segue o seu caminho e o jovem de posse do carrinho coloca um par de luvas de borracha amarela e sai com o carrinho catando cocos que foram usados na noite anterior por freqüentadores do local. Provavelmente seja o dono de uma barraca de cocos que funciona nas proximidades.
Passa pela caminhonete, cumprimente e segue feliz com o seu trabalho catando o que sobrou dos cocos consumidos ontem e que lhe proporcionaram o salário do dia de hoje e a manutenção da vida.
No passeio do outro lado das pistas, beirando um campo de aviação passam os caminhantes, observando-os vemos a forma diferençada e individual de cada ser humano, uns passam esbaforidos suando e gesticulando de forma arrogante esbaforida e agitada, outros na mais completa calma, mas com firmeza, uns com semblante sereno, calmo, mantendo passadas compassadas e firme, em busca de uma meta estabelecida, outros caminhando a esmo apenas para cumprir uma ordem médica ou acompanhar alguém ou simplesmente por obrigação.
Uns conversam, outros ouvem música, mas alguns passam carrancudos compenetrados e conscientes daquela obrigação que lhes toma todas as energias e perspectivas. Não vêem nada a sua volta estão completamente ligados e direcionados naquilo que estão fazendo. Será que isto realmente traz benefícios ou piora a saúde?
Assim o tempo passa e quando dou conta minha filha já voltou e estou de saída para leva-la ao serviço.
Quem sabe, de uma outra espera saia um outro artigo como esse ou melhor e de espera em espera eu acabe como cronista ou escritor.
Afinal, o que interessa na vida e a forma como enfrentamos as situações
Até mais....

José Jaime

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